28 abril, 2013

Desmedida

Há tempos não me atrevo num soneto.
Talvez pela disposição em versar
livremente, sem métrica ou rimas
que me prendam a alma ao rigor
das regras e das constantes
de um belo soneto.

verso em vôo livre
sempre em busca do infinito
que me sustente as asas
sem tocar limites ou aplacar
a ânsia do inalcansável

mas há momentos
em que a vida pede um soneto
com medidas exatas, rimas perfeitas
e o tempo certo para que
os sentimentos se acomodem aos versos
e o coração não descompasse a alma.


Monica San

Que seja assim, amor


Que o universo conspire
que o amor transpire
e que a noite seja ninho
assim, tipo vinho gelado
que desce macio
aliviando a sede, e ascende
acende em chamas
e chama pra mais um vôo
onde o encontro das asas
ganha o infinito
de um grito se fazem os nós
e num instante sem fim
somos nós, em nós finitos.


Monica San

10 abril, 2013

Postal

Escrevo
ora abstrato ora concreto
sentimentos sem rumo certo

o fato, o mais incerto
é que no escrever
decerto, sou carta endereçada
sem destinatário

feito pássaro sem ninho
ideia sem caminho
caminho sempre contrário

um longe que nunca é perto
coração a revelia

...

ora deserto.


Monica San

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