Não sei muito bem dessa inquietude
desse vazio insistente

dessa falta que nunca contenta
Não sei dos pontinhos que seguem
um a um, numa eterna reticência
como se o final não fosse um ponto
a ser alcançado,
mas uma constelação
iluminada, bela e distante
cuja simples contemplação valha
tantas perguntas lançadas a esmo.
Não sei muito bem o que é o saber
tampouco sei querê-lo bem
deixo aos sábios a alegoria da iluminação
no universo que se descortina aos seus olhos
no poder das mãos que garimpam segredos
na eloquência e na magia das palavras
que fazem bramir os deuses aprisionados
na egolatria da essência humana.
Não sei muito bem nem da ignorância
desta falta de saber prepotente
arrogante e proposital
que me faz distante, incólume e aversa
ao saber que corrompe
à luz que transcende e trespassa
reduzindo o obscuro a mera impressão
e fazendo da noite um mistério insignificante.
Não sei, e por não saber me resigno
não me aniquilo, nem me submeto
por outra, mais que isso, me comprometo
a não saber mais do que o pouco contento
que me faz viva, contemplativa, e sabedora
da condição humana
imperfeita, frágil e eternamente inquieta.
E assim me faço, refaço, e vivo
à margem do saber dos sábios
mas bem no centro, no cerne
das perguntas que movem o mundo.
Monica San
(o título é um anagrama da palavra AVESSA, talvez uma brincadeira, talvez não)
desse vazio insistente

dessa falta que nunca contenta
Não sei dos pontinhos que seguem
um a um, numa eterna reticência
como se o final não fosse um ponto
a ser alcançado,
mas uma constelação
iluminada, bela e distante
cuja simples contemplação valha
tantas perguntas lançadas a esmo.
Não sei muito bem o que é o saber
tampouco sei querê-lo bem
deixo aos sábios a alegoria da iluminação
no universo que se descortina aos seus olhos
no poder das mãos que garimpam segredos
na eloquência e na magia das palavras
que fazem bramir os deuses aprisionados
na egolatria da essência humana.
Não sei muito bem nem da ignorância
desta falta de saber prepotente
arrogante e proposital
que me faz distante, incólume e aversa
ao saber que corrompe
à luz que transcende e trespassa
reduzindo o obscuro a mera impressão
e fazendo da noite um mistério insignificante.
Não sei, e por não saber me resigno
não me aniquilo, nem me submeto
por outra, mais que isso, me comprometo
a não saber mais do que o pouco contento
que me faz viva, contemplativa, e sabedora
da condição humana
imperfeita, frágil e eternamente inquieta.
E assim me faço, refaço, e vivo
à margem do saber dos sábios
mas bem no centro, no cerne
das perguntas que movem o mundo.
Monica San
(o título é um anagrama da palavra AVESSA, talvez uma brincadeira, talvez não)
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