
O poder corrompe ou seduz? Ser superior, sobrepor-se a outros iguais, contrariar as leis e a ordem da natureza em nome de que?
O que faz o homem, único animal racional da terra, tornar-se irracional a ponto de acreditar que pode mesmo ser melhor e maior do que seu semelhante?
Viemos do mesmo barro, nascemos pelas mesmas vias e das mesmas raízes, temos a mesma composição física e o mesmo aparato cognitivo que nos torna únicos dentre todos os viventes. Temos, determinada, uma única certeza: a de que não somos imortais e de que nosso tempo é contado e findável, não importa o tamanho ou o valor daquilo que construímos no tempo que nos é cedido pela criação.
Somos únicos, mas não os primeiros seres viventes a povoar a terra.
Onde e quando foi que a racionalidade nos fez ignorar nossa inferioridade diante da criação? Nossas fraquezas e imperfeições diante da vida?
Aprender é uma capacidade natural do homem, e o livre arbítrio nos proporciona escolher a escola que pretendemos seguir.
A vida nos oferece a melhor escolha e nos voltamos contra ela, forjando nossos próprios interesses através do que julgamos mais importante não para a manutenção das nossas capacidades e potencialidades em nome da vida, mas para garantir uma posição de superioridade e poder que nos mantenha em segurança e distantes da fragilidade natural do ser humano.
À medida em que nos distanciamos do imperfeito julgando-nos próximos da perfeição, que é objetivo e obsessão do "bicho homem", nos tornamos ainda mais frágeis, falhos e distantes das respostas que tanto buscamos. A racionalidade desmedida e descontrolada nos afasta da razão.
Criamos guerras e nos esquecemos de plantar a paz. Lutamos pela posse daquilo que não nos pertence, mas nos foi dado como exemplo a seguir, e não seguimos. Do que nos foi confiado para cuidar, e não cuidamos. Do que nos foi doado para a sustentabilidade da própria vida humana e nós insistimos em destruir e dizimar. Em nome de que?
Criamos guerras, matamos, morremos, choramos e sofremos perdas irreparáveis, e não nos esquecemos de culpar a Deus pelos crimes que cometemos. Até mesmo quando nos afirmamos céticos de sua existência.
E quando sofremos as consequências das nossas ações, também o culpamos por ser vingativo e impor ao homem o castigo por seus atos nem sempre impensados.
Derrubamos árvores, arrancamos flores, poluímos rios, maltratamos a terra, e colhemos os frutos podres da nossa própria ignorância e arrogância.
Nos esquecemos da única coisa realmente definitiva e justa nessa vida, e sonhamos com uma morte dígna e o descanso na paz eterna.
Não se colhe, aquilo que não se planta.
Monica San
Moniquinha minha linda!
ResponderExcluirAdoro seus escritos.acho que nem preciso falar!
Lá no meu blog tem um sêlo que eu indiquei pra você quando for possível passa lá e pega.
Beijão!