Esse trago é amargo
madrugada vai rasgando
sangra a vida, sangra a morte
rasga o ventre, abre o corte
é veneno com açúcar
adoçando a pouca sorte.
Miséria que seca os olhos
nas linhas mortas da vida
canção de dor e abandono
cálice que não tem dono
mais um trago dessa bebida!
Chora a dor de uma partida
dum filho, um pai ou amigo
chora a esperança perdida
a alegria mal parida
no gozo do amor bandido!
É meu cálice de culpa
na razão que não se usa
é a parte que me cabe
a porta que não se abre
meu quinhão nessa desculpa
Esse trago é amargo
madrugada vai rasgando
sangra a vida, sangra a morte
rasga o ventre, abre o corte
é veneno com açúcar
adoçando a pouca sorte.
Nesse trago de amargura
o amor me sangra o peito
resta um tanto de ternura
contrasenso que tortura
na imensidão do meu leito!
Mais um trago desse amargo
e a madrugada passando...
mais um trago!
Monica San
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