08 fevereiro, 2009

Soneto em clamor à morte

Dor que habita esse meu úmido olhar
que faz romper os laços dos meus medos
te peço que não deixes escapar
toda essa morte presa entre meus dedos

Oh! guardiã de todos meus segredos
te rogo que me venha abençoar
por sede a boca cede e eu também cedo
à noite que insiste em me abraçar

abarca-me nos braços taciturnos
penetra com tua palma a minha alma
inunda-me de ais e de esturros

que seja o breu da noite o meu leito
que finde nos teus braços minha calma
e que a morte me abrande enfim o peito!


Monica San e Lucas de Oliveira Gullar

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