28 setembro, 2011
Assombramento
Há na condição humana
tanta maravilha quanto assombro
diante do que se é ou faz-se ser
a medida em que a vida se manifesta
ora benesse ora malogro
Há, na condição humana
muito de inumano
quando se contradiz a vida
sob a força do próprio punho
o homem, super animal evoluído
Há nessa condição
de ser Super, de Ser superior
um tanto imensurável de horror
assim, quando o espelho é só espanto
diante d'um desconhecido morador.
Monica San
tanta maravilha quanto assombro
diante do que se é ou faz-se ser
a medida em que a vida se manifesta
ora benesse ora malogro
Há, na condição humana
muito de inumano
quando se contradiz a vida
sob a força do próprio punho
o homem, super animal evoluído
Há nessa condição
de ser Super, de Ser superior
um tanto imensurável de horror
assim, quando o espelho é só espanto
diante d'um desconhecido morador.
Monica San
A gosto
Esse gosto
de não ter gosto de nada
gosto que de tão sem gosto
amarga
é de nada ou de tudo
que a língua desgosta
e não traga.
Monica San
de não ter gosto de nada
gosto que de tão sem gosto
amarga
é de nada ou de tudo
que a língua desgosta
e não traga.
Monica San
11 setembro, 2011
EX PE RI MEN TE
Experimente tomar um banho de chuva fria
chupar uma fruta, trepado no pé
correr descalço na grama molhada
cantar com bons amigos em volta de uma fogueira
Experimente pular numa poça d'água
se lambuzar de glacê de bolo
tomar um porre de madrugada
e chorar no ombro do melhor amigo
Experimente abrir bem os olhos enquanto faz amor
fazer amor como se o mundo parasse
e gritar ao mundo que a vida é bonita, e é bonita
e chorar de arrependimento (ou culpa) quando o amor se for
E experimente não ser o que esperam de você
mas ser você, no melhor dos seus dias
mesmo quando estes dias lhe negam um sorriso
Experimente não saber tudo, ou saber quase nada
mesmo quando a verdade lhe salta aos olhos
e não ter por sua nenhuma verdade
já que são os mistérios ainda escondidos
o grande tesouro que move a vida
E experimente romper a barreira do som
mesmo quando em silêncio
porque um grito que sai da alma jamais se cala
E quando a vida te cobrar a experiência de um homem vivido
experimente ser criança e dê uma boa gargalhada
porque a vida... a vida é engraçada
mas é preciso sabedoria
pra não perder uma boa piada.
Monica San
chupar uma fruta, trepado no pé
correr descalço na grama molhada
cantar com bons amigos em volta de uma fogueira
Experimente pular numa poça d'água
se lambuzar de glacê de bolo
tomar um porre de madrugada
e chorar no ombro do melhor amigo
Experimente abrir bem os olhos enquanto faz amor
fazer amor como se o mundo parasse
e gritar ao mundo que a vida é bonita, e é bonita
e chorar de arrependimento (ou culpa) quando o amor se for
E experimente não ser o que esperam de você
mas ser você, no melhor dos seus dias
mesmo quando estes dias lhe negam um sorriso
Experimente não saber tudo, ou saber quase nada
mesmo quando a verdade lhe salta aos olhos
e não ter por sua nenhuma verdade
já que são os mistérios ainda escondidos
o grande tesouro que move a vida
E experimente romper a barreira do som
mesmo quando em silêncio
porque um grito que sai da alma jamais se cala
E quando a vida te cobrar a experiência de um homem vivido
experimente ser criança e dê uma boa gargalhada
porque a vida... a vida é engraçada
mas é preciso sabedoria
pra não perder uma boa piada.
Monica San
Momento lúdico

lá se vai a minha paz
leve, leve, leve
num colorido translúcido
que enche os olhos d'água
a paz não é branca não
é bola de sabão voando solta.
Um segundo e ploc!
encho de ar e tento fazer outra
e outra, e outra... e outra
e brinco de fazer paz
enquanto a vida me leva a sério.
Monica San
04 setembro, 2011
Mutilação
O dia não amanheceu
foi arrancado de um bucho negro
vomitado e escarrado
em meio a uma poça de sangue
e agora se arrasta sobre um leito
de horas amargas.
E dói.
Como se fosse a mutilação da carne
um pedaço estirpado sem anestesia
uma sangria feita as pressas lembrando
que o tempo se esgota rapidamente
hemorrágico e alheio à existência de dor
ou à necessidade de vida.
Monica San
foi arrancado de um bucho negro
vomitado e escarrado
em meio a uma poça de sangue
e agora se arrasta sobre um leito
de horas amargas.
E dói.
Como se fosse a mutilação da carne
um pedaço estirpado sem anestesia
uma sangria feita as pressas lembrando
que o tempo se esgota rapidamente
hemorrágico e alheio à existência de dor
ou à necessidade de vida.
Monica San
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