22 fevereiro, 2010

AVSEAS

Não sei muito bem dessa inquietude

desse vazio insistente

dessa falta que nunca contenta

Não sei dos pontinhos que seguem

um a um, numa eterna reticência

como se o final não fosse um ponto

a ser alcançado,

mas uma constelação


iluminada, bela e distante

cuja simples contemplação valha

tantas perguntas lançadas a esmo.

Não sei muito bem o que é o saber

tampouco sei querê-lo bem

deixo aos sábios a alegoria da iluminação

no universo que se descortina aos seus olhos


no poder das mãos que garimpam segredos

na eloquência e na magia das palavras

que fazem bramir os deuses aprisionados


na egolatria da essência humana.

Não sei muito bem nem da ignorância

desta falta de saber prepotente

arrogante e proposital

que me faz distante, incólume e aversa

ao saber que corrompe

à luz que transcende e trespassa

reduzindo o obscuro a mera impressão

e fazendo da noite um mistério insignificante.

Não sei, e por não saber me resigno

não me aniquilo, nem me submeto

por outra, mais que isso, me comprometo

a não saber mais do que o pouco contento

que me faz viva, contemplativa, e sabedora

da condição humana

imperfeita, frágil e eternamente inquieta.

E assim me faço, refaço, e vivo

à margem do saber dos sábios


mas bem no centro, no cerne

das perguntas que movem o mundo.

Monica San

(o título é um anagrama da palavra AVESSA, talvez uma brincadeira, talvez não)

15 fevereiro, 2010

Eu penso... e quando penso, sinto vergonha de apenas pensar.


"Escolhi esta imagem pela tradução simples e pela beleza inocente de quem realmente "brinca" o carnaval. Que bom seria se o espírito lúdico fosse preservado, e "cair na folia" significasse simplesmente um raro e valioso momento de alegria"



Fiquei pensando no quanto o carnaval é capaz de mobilizar pessoas, mudar rotinas, hábitos, conceitos. Criar situações, mascarar realidades, subjugar necessidades, adiar urgências, forjar atitudes.
Mas também fiquei pensando no quanto o homem é manipulador e agressor da sua própria essência.

O carnaval é parte significativa da nossa cultura, parte da formação de nosso povo, das nossas memórias, da nossa história. É patrimônio cultural portanto, e cuidado com tanta dedicação em nosso país, que é natural chamar a atenção de outros países, encantar outras culturas, despertar a curiosidade de outras "civilizações".
O que não se justifica, é que em nome desta festa que muitas vezes serve de alento para um povo tão sofrido, seja subjugada uma situação tão crítica e tão urgente que castigou o país nos últimos dias.

Acabamos de presenciar a dor de famílias inteiras que perderam entes queridos, perderam suas casas, perderam o pouco que possuíam nas enchentes que devastaram várias regiões por todo país. Também acompanhamos a tragédia de um país assolado pelo terremoto que matou milhares de pessoas, entre elas, muitos brasileiros.
E mesmo diante deste cenário lamentável, da tristeza e da incapacidade humana perante a natureza, que cobra (justamente) nossas atitudes impensadas e irresponsáveis, mesmo assim achamos um jeito de fechar nossos olhos e dar de ombros às reais necessidades do momento.

Nos encantamos com a presença de uma "pop star" mundial no carnaval brasileiro, aclamamos sua "boa vontade" e "humildade" em pisar o nosso solo, visitar comunidades carentes, falar de projetos sociais e acenar seus dólares aos "pobres diabos" que carecem de atenção e alegria.
E nos esquecemos, mais uma vez, do quanto somos responsáveis pelas nossas ações.
Claro que não é errado curtir o carnaval nem é pecado gostar da Madonna, mas será justo que tantas vidas inocentes sejam subjugadas e deixadas em segundo plano quando o grito do momento é: "Viva a Madonna ou Olha a Beija-flor aí gente!!"?

Até quando vamos usar de subterfúgios e elencar eventos de grande monta como valores superiores e compensadores das milhares de vidas que deixamos perderem-se pelo caminho?
Até quando, vamos sambar pela avenida a espera das cinzas da quarta-feira?

Monica San


14 fevereiro, 2010

Guerra e paz II

“ Os animais lutam, mas não fazem guerra. O homem é o único primata que planeja o extermínio dentro de sua própria espécie e o executa entusiasticamente e em grandes dimensões. A guerra é uma de suas invenções mais importantes; a capacidade de estabelecer acordos de paz é provavelmente uma conquista posterior. ”  Hans Magnus Enzensberger, Guerra Civil


O poder corrompe ou seduz? Ser superior, sobrepor-se a outros iguais, contrariar as leis e a ordem da natureza em nome de que?
O que faz o homem, único animal racional da terra, tornar-se irracional a ponto de acreditar que pode mesmo ser melhor e maior do que seu semelhante?

Viemos do mesmo barro, nascemos pelas mesmas vias e das mesmas raízes, temos a mesma composição física e o mesmo aparato cognitivo que nos torna únicos dentre todos os viventes. Temos, determinada, uma única certeza: a de que não somos imortais e de que nosso tempo é contado e findável, não importa o tamanho ou o valor daquilo que construímos no tempo que nos é cedido pela criação.
Somos únicos, mas não os primeiros seres viventes a povoar a terra.
Onde e quando foi que a racionalidade nos fez ignorar nossa inferioridade diante da criação? Nossas fraquezas e imperfeições diante da vida?

Aprender é uma capacidade natural do homem, e o livre arbítrio nos proporciona escolher a escola que pretendemos seguir.
A vida nos oferece a melhor escolha e nos voltamos contra ela, forjando nossos próprios interesses através do que julgamos mais importante não para a manutenção das nossas capacidades e potencialidades em nome da vida, mas para garantir uma posição de superioridade e poder que nos mantenha em segurança e distantes da fragilidade natural do ser humano.

À medida em que nos distanciamos do imperfeito julgando-nos próximos da perfeição, que é objetivo e obsessão do "bicho homem", nos tornamos ainda mais frágeis, falhos e distantes das respostas que tanto buscamos. A racionalidade desmedida e descontrolada nos afasta da razão.
Criamos guerras e nos esquecemos de plantar a paz. Lutamos pela posse daquilo que não nos pertence, mas nos foi dado como exemplo a seguir, e não seguimos. Do que nos foi confiado para cuidar, e não cuidamos. Do que nos foi doado para a sustentabilidade da própria vida humana e nós insistimos em destruir e dizimar. Em nome de que?

Criamos guerras, matamos, morremos, choramos e sofremos perdas irreparáveis, e não nos esquecemos de culpar a Deus pelos crimes que cometemos. Até mesmo quando nos afirmamos céticos de sua existência.
E quando sofremos as consequências das nossas ações, também o culpamos por ser vingativo e impor ao homem o castigo por seus atos nem sempre impensados.
Derrubamos árvores, arrancamos flores, poluímos rios, maltratamos a terra, e colhemos os frutos podres da nossa própria ignorância e arrogância.

Nos esquecemos da única coisa realmente definitiva e justa nessa vida, e sonhamos com uma morte dígna e o descanso na paz eterna.

Não se colhe, aquilo que não se planta.

Monica San

10 fevereiro, 2010

ENTREVISTA: ANGELA CHAGAS




Angela Chagas, segundo lugar no PRIMEIRO FESTIVAL DE PRIMAVERA NO CAFÉ DAS LETRAS, realizado em setembro de 2009.
Abaixo, você conhece um pouco mais da escritora.




1. Quem é Angela Chagas?

Eu sou Angela Maria Chagas Araújo, funcionária publica aposentada, carioca e há 16 anos moradora de Niterói-RJ "Cidade Sorriso”. Reconhecida como a melhor em qualidade de vida.

Sou separada, tenho um casal de filhos que amo, e um cachorrinho lindo que foi me conquistando aos pouquinhos o “danadinho”...!

Estou em constante busca de aprendizado, com a natureza, com os filhos, com os amigos e principalmente com os livros e por isso, quando posso, leio sobre muitas coisas, inclusive sobre religiões.

2. Quando e como começou a carreira de escritora?

Desde pequena sempre gostei de escrever, sobre tudo o que sentia, mas por incrível que pareça a primeira poesia foi há quinze anos, quando o meu irmão caçula passava por sérios problemas de saúde.

E pela internet o contato com a escrita foi em 2006, quando comecei a participar de algumas comunidades.

3. Quais foram suas influências no início? E hoje, quem te influencia?

Tenho uma profunda admiração pelos poetas:

Clarice Lispector, Cecília Meireles, Cora Coralina, Flor Bela Espanca, Murilo Mendes, Oswald de Andrade, Cruz e Sousa entre outros. Mas sou apaixonada pelas obras de Fernando Pessoa, que me influencia até hoje.

Costumo dizer uma frase:

Quando a vida me trouxe a aflição, ressuscitou em mim a poesia

Retirando-me a agonia, alegrando o meu coração.

4. Como você vê a literatura da internet?

Vejo como uma ação de formação que procura atrelar o universo da literatura com o das novas tecnologias, com o objetivo de divulgar o que na Internet estão guardadas em bibliotecas virtuais, grandes obras-primas da literatura.

A internet queira ou não, é uma realidade para a literatura, sobretudo a fértil literatura que vem surgindo do teclado de novos escritores, muitos dos quais talentosos e com bom domínio da escrita e que, por varias razões não se aventuram pelo mercado editorial tradicional.

5. Qual o tema mais abordado em seus trabalhos?

Escrevo sobre vários temas, não há um tema principal no qual eu me dedique.Depende do momento em que eu escrevo, do lugar e também de como estou me sentindo.

6. O que está lendo no momento?

Clarice Lispector – Água Viva- li há um mês atrás.

7. Uma leitura que você recomenda.

Eu recomendo Clarice Lispector – a meu ver a escrita de Clarice, situa-se numa confluência de paradigmas, ou seja, por sua perspectiva estilista pessoal cria-se um entrelaçamento entre a realidade e a realidade adivinhada.

Clarice produz uma poética que lhe é própria em seus escritos. E em Água Viva percebe-se um denso e lindo poema em prosa.

8. Tem trabalhos publicados? Quais são eles?

Sim tenho algumas poesias... São elas:

1. Um Novo Clarão

2. Soneto Para Dorival

3. Oceano De prazer

4. Mãos

5. Poesia À Flor Da Pele

9. Fale sobre o seu processo de criação, como ele acontece? Quais seus projetos para o futuro?

A poesia em mim às vezes me surpreende, pois nem sempre ela nasce em lugares muito propícios. No inicio eu ficava meio perdida, mas hoje procuro andar prevenida, carrego sempre papel e caneta onde quer que eu vá e me coloco a sua disposição.

Quando era bem menina, quase não falava, mesmo que algo me incomodasse muito não colocava pra fora, engolia tudo inclusive as alegrias... Sempre gostei muito de ler e escrever, às vezes eu fazia um resumo das leituras que fazia e isso era um jeito de conversar comigo mesma, então comecei a escrever também tudo o que sentia e daí foi nascendo as minhas poesias. Houve um período em que parei de escrever, pois comecei a trabalhar muito cedo aos 12 anos e já não sobrava mais tempo para as leituras e também para as poesias. Mas a vida às vezes nos reserva muitas surpresas não é mesmo? E quando um dos meus irmãos passava por um momento muito depressivo, escrevi uma poesia intitulada “Sinfonia da Natureza” e lhe dei de presente.

Em relação a minha criação, devo dizer que ela chega às vezes de repente, conversando com alguém, ouvindo uma música, uma frase, um olhar, um sorriso recebido, apreciando o sol, a chuva, o vento, o luar, o mar... Enfim, a natureza com certeza me seduz, às vezes estou no ônibus, na barca, depende muito, às vezes ela surge apenas observando uma pessoa como um sopro, com dores e também alegrias.

Tenho muitos projetos em mente e um deles é escrever um livro solo, mas isso é para o futuro, deixemos acontecer... Por enquanto continuo participando das comunidades na Internet.

10. Um Sonho

Ver meus filhos bem encaminhados na vida, acreditando que sonhar vale à pena,

mas saber arriscar e ter responsabilidade no objetivo escolhido é o melhor processo da vida.

11. Uma realização alcançada

Tenho várias:

Uma família abençoada graças a Deus, amigos sinceros no virtual que se tornaram reais e a minha primeira participação em uma antologia em 2009.

12. Um arrependimento

Nenhum, mesmo porque sou humana e passível de erro mesmo quando quero acertar.

13. Você acha que o escritor é valorizado no Brasil? Por quê?

Bem, penso que a valorização vai depende de como o escritor é conhecido, e da importância de suas obras, ou seja, de que maneira ele colabora com a cultura brasileira, e de como está sendo entendido por seus leitores.

14. Atualmente, quais os entraves para publicação de um trabalho literário?

Acredito que o entrave principal para a publicação de um trabalho literário é o financeiro, tendo em vista que um escritor iniciante tem que custear a sua própria edição e ir à luta para divulgar o seu trabalho.

15. Considera seu trabalho pronto, ou ainda falta alguma coisa? O que?

Nossa, falta muita coisa ainda... Estou só começando, aprendendo com os grandes poetas, lendo, estudando com os grandes mestres... O que falta? Ah... Melhorar sempre!

16. Para você, qual a importância de ter participado do nosso festival, e sobre tudo ter sido uma das vencedoras?

Ter participado deste festival foi uma grande honra, pois tenho muito apreço por essa comunidade e pela pessoa que organizou esse evento. E ser uma das vencedoras foi uma enorme surpresa, já que tive a satisfação em compartilhar com poetas maravilhosos pelos quais tenho uma grande admiração.

17. Se te fosse dada a tarefa de escrever um livro, que seria distribuído em todas as escolas e universidades do mundo, para todos os alunos, com a intenção de ensinar às crianças e aos jovens o cantinho da felicidade, que tema você escolheria? Qual seria a mensagem central do seu livro?

A minha mensagem seria sobre a auto-aceitação e aceitação do outro, pois somos pessoas com idéias diferentes.


Niterói, 07 de fevereiro de 2010.

Angela Chagas


Agradeço à escritora pela delicadeza em nos proporcionar conhecer um pouco mais de si e de seu trabalho. Um grande abraço, e sucesso!

Monica San

Organizadora do Festival




06 fevereiro, 2010

ENTREVISTA: BASILINA PEREIRA





Basilina Pereira
foi a vencedora do PRIMEIRO FESTIVAL DE PRIMAVERA NO CAFÉ DAS LETRAS, realizado em setembro de 2009.
Abaixo, você conhece um pouco mais da escritora.






Quem é Basilina Pereira?

É uma virginiana muito exigente, mas “negociável”. Gosto de resolver as coisas conversando. Sou professora aposentada, advogada, poeta e escritora, (já me considero como tal) divorciada, tenho 3 filhas e 3 netos, que estão em primeiro lugar na minha vida. Depois vêm os amigos a poesia, as orquídeas, minha casa, etc...

Quando e como começou a carreira de escritora?

No segundo semestre de 2006, quando me aposentei do Magistério. Sempre gostei de escrever, mas usava esta habilidade no trabalho.

Quais foram suas influências no início? E hoje, quem te influencia?

Sempre gostei muito de ler e acho que muita gente me influenciou, eu não saberia dizer quem me influenciou mais, porque não é um processo consciente, acho até que ele oscila, dependendo do que a gente está lendo no momento. No momento, tento me adaptar às tendências mais modernas, pois tenho uma queda quase irremediável para os versos rimados.

Como você vê a literatura na internet?

Acho que a internet é um milagre da tecnologia e é um espaço democrático que abriga a todos. Há muitos bons poetas e escritores que estão aproveitando e divulgando seus trabalhos na internet e também outros que, ainda, não podem ser assim considerados, mas aqui é o espaço que deve ser usufruído por todos, por seu alcance e rapidez, o que muito nos beneficia.

Qual o tema mais abordado em seus trabalhos?

Acho que os sentimentos, os mais variados possíveis. Procuro escrever sobre o que estou sentindo no momento, também sobre o que observo, sobre o que leio e, vez ou outra, alguma ideia inusitada baixa em mim e escrevo sobre ela também.

O que está lendo no momento?

Estou lendo os poetas portugueses contemporâneos, porque me disseram que o meu estilo se parece com o deles, o que é uma grande coincidência, porque eu, sinceramente, não os conhecia até então. São eles: Manuel Alegre, Gastão Cruz, Maria Teresa Horta, Rui Pires Cabral, Vasco Gato e Maria do Rosário Pedreira.

Uma leitura que você recomenda.

Todos os clássicos. Depois os modernos e depois os atuais, na medida do possível. Eu tenho minhas preferências, é claro, (Clarice Lispector, Machado de Assis e Drummond), mas todos são bons e nos acrescentam alguma coisa, com certeza.

Tem trabalhos publicados? Quais são eles?

Sim, já participei de várias antologias (umas 10) e em 2009 publiquei meu primeiro livro solo: QUASE POESIA, pela LGE editora, que já está na segunda edição (a primeira esgotou e 3 meses) e meus segundo livro: JANELAS já está na editora (LGE editora) e deve sair no próximo mês (fevereiro).

Fale sobre o seu processo de criação, como ele acontece.

Eu me alimento (intelectualmente) do que leio. E dessas leituras vão surgindo as ideias, as lembranças, às vezes é engraçado: uma palavra ou um fato qualquer, desencadeia uma série de outros pensamentos que vão se juntando até eu sentir que é hora de colocar no papel aquilo está me cutucando e só vai parar quando eu escrever. Aí escrevo. Deixo ali até o dia seguinte, quando volto e dou uma olhada final. Quase sempre mudo pouca coisa, mas pertenço à corrente que acredita que nenhuma obra de arte sobrevive sem o conhecimento da técnica.

Quais seus projetos para o futuro?

Continuar escrevendo e publicando meus livros e também usando e abusando da internet, que é algo indispensável para o escritor/poeta.

Um sonho

Que meus netos um dia sintam orgulho de mim pela pessoa positiva e construtiva que eu tenha sido.

Uma realização alcançada

Tenho muitas: minha família que eu construí com êxito, meus netos que estou vendo crescer, o respeito de que desfruto como profissional, pessoa, mãe, amiga leal.... meu livro publicado, o reconhecimento das pessoas que me lêem, as mensagens de carinho que recebo todos os dias pela internet ,etc...

Um arrependimento

Nenhum: até porque não adianta se arrepender, se não puder consertar o objeto do arrependimento. Acho que fiz o melhor que pude, dentro das condições de que eu dispunha no momento. Poderia ter sido melhor? Provavelmente, mas sou humana e, como tal, portadora de defeitos e fragilidades.

Você acha que o escritor é valorizado no Brasil? Por que?

Acho que o escritor, em todo o mundo, tem que tirar leite de pedra. No Brasil então...onde pouca gente cultiva o hábito da leitura, pelas características de país em desenvolvimento, escolas sucateadas professores desmotivados, a situação é pior ainda, mas cabe a nós fazer a nossa parte e um bom começo é usar a internet para levar o nosso recado até onde ele puder chegar.

Atualmente, quais os entraves para a publicação de um trabalho literário?

Acho que começa pela falta de patrocínio. As editoras encampam aquilo que tem retorno financeiro garantido. Logo, para o escritor ou poeta iniciante, a dificuldade é maior ainda, porque nem todos têm condições de arcar com os custos da edição. Mas já tem gente indo à luta, editando e saindo à rua para vender seus próprios livros. Acho que temos que abrir caminho, seja lá como for.

Considera seu trabalho pronto, ou ainda falta alguma coisa? O que?

Claro que não. Lembra da virginiana exigente? Pois é, sou exigente comigo também. Sinto que estou melhorando, amadurecendo poeticamente, pois cada livro eu acho melhor que o anterior, mas sou daquelas que vou procurar aprimorar sempre. A todo tempo, vou achar que ainda posso melhorar. O que falta? O próximo passo.

Para você, qual a importância de ter participado do nosso festival, e sobre tudo, ter vencido?

Gostei muito de ter participado deste certame e adoro esta Comunidade por sua seriedade e pelo cuidado que sua dona e moderação têm com tudo que ali acontece. O fato de ter vencido muito me honra, porque conheço os demais participantes e são poetas de excelente qualidade, a quem admiro e respeito.

Se te fosse dada a tarefa de escrever um livro, que seria distribuído em todas as escolas e universidades do mundo, para todos os alunos, com a intenção de ensinar às crianças e aos jovens o caminho da felicidade, que tema você escolheria? Qual seria a mensagem central do seu livro?

Com certeza seria o respeito às diversidades e como conviver com elas.

Basilina Divina Pereira


Agradeço à escritora pela delicadeza em nos proporcionar conhecer um pouco mais de si e de seu trabalho. Um grande abraço, e sucesso!

Monica San
Organizadora do blog Café das letras
e do PRIMEIRO FESTIVAL DE PRIMAVERA
NO CAFÉ DAS LETRAS




05 fevereiro, 2010

Preâmbulo

Era uma vez
ou duas,
ou três
tantas vezes tantas
era um talvez

Talvez nem fosse tanto
contanto que fosse a vez

nenhuma
nem duas
nem três

era uma vez
e, tal vez
nem chegou a ser.

Monica San

Pequenos pensamentos

"Definir um homem em palavras, é reduzí-lo a mero conceito."

"À luz do pensamento filosófico, o homem busca respostas. E encontra-se."

"Amar é sublime...de uma escada sem fim, o último degrau.
Donde quase...se pode tocar o dedo de Deus!"

"Covardes são todos aqueles que se recusam ao amor...há que se ter coragem tanto para amar quanto ser amado!"

"A crueldade do que é real, fere mortalmente o Ser humano."

"Definitivamente, se o amor não me cabe, a vida sem ele não me convence."

"Reorganizar a vida... o tempo é de ser árvore e plantar novas mudas."

Monica San

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