08 maio, 2010

Do gosto, desgosto e de tudo

Esse gosto de amor desdenhado
esse sal de desejo abortado
esse fel de paixão dolorida
não é morte, nem nada nem vida.

É delírio de corpo esquecido
é destino sem traço corrido
desatino sem caso pensado
desferindo esse rasgo no lado.

Sangra o gosto sem gosto de tudo
arde o corte que estanca no mundo
rasga o verbo que cala meu peito

torna em mim essa dor desse jeito
tão sem fim que parece absurdo
tão sem jeito de nada, contudo.

Monica San

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