23 outubro, 2010

Decisão

 "Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida." J. Saramago
                                                            
Decidir nosso destino numa urna, colocar o futuro em mãos incertas na esperança de que outrém faça por nós o que nós mesmos não somos capazes de fazer. Cuidar da vida.
É bem mais fácil esperar pela providência divina ou dependurar nossas expectativas no ombro alheio do que acordar para o tamanho de nossa responsabilidade dentro do atual cenário que vislumbramos.
 É certo que uma população de milhões precisa de representantes para as tarefas mais difíceis, para as decisões que demandam o uso e o conhecimento de leis, estratégias econômicas, diplomacia no trato com outros governos de outros países, e outras tantas atribuições que recaem sobre os ombros daqueles que se aventuram a abraçar as causas políticas.
 Mas na verdade, os maiores complicadores destas decisões e ações são nossas próprias atitudes. Tornamos a vida bem mais difícil do que ela realmente é. E atribuímos às suas dificuldades as nossas derrotas e revoltas, quase nunca reconhecendo nossas falhas e nossa incapacidade de lidar com o simples.
A questão é mundial, é humana, o homem trocou seus valores pessoais por conceitos fabricados, trocou sua dignidade por moedas, e aprendeu a vender a vida, seu único bem, a preço de banana. (levando-se em conta aqui, apenas o valor monetário da fruta e não o valor nutritivo,o único real). E foi o próprio homem quem começou tudo isso, não se sabe bem quando nem como.


Mas o que realmente deveria interessar é o "acordar" destes valores perdidos, o despertar para o simples, para o essencial.
O cuidar de um filho, por exemplo, como um presente de Deus, não como uma árdua tarefa ou obrigação. O cuidar da natureza como a manutenção da vida, como preparar um futuro que apesar de incerto, pode ser sempre melhor. O cuidar do "outro" como se a si mesmo estivesse cuidando, pois que "não há vida que independa de outra vida".
Meu desprezo aqui, pode custar uma vida do outro lado do mundo.

Não importa quem venha a governar este país, se não tomarmos a única decisão que realmente importa: acordar para o que se perdeu e reaprender a cuidar da vida.

 

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