"Estar só é reinventar o silêncio."
(MS)
30 abril, 2011
Desdito
Já não sinto
o pulso diz/para
eu paro
não, minto
deixo o curso
ir seguindo
estou indo
impulso
sem pulso
avulso
cravo a dor
e invento
meu intento
não ser nada
mais que isso
sem contento
ou
compromisso
a pulso
seguir sem ter
ido
sentir sem ter
tido.
o pulso diz/para
eu paro
não, minto
deixo o curso
ir seguindo
estou indo
impulso
sem pulso
avulso
cravo a dor
e invento
meu intento
não ser nada
mais que isso
sem contento
ou
compromisso
a pulso
seguir sem ter
ido
sentir sem ter
tido.
25 abril, 2011
24 abril, 2011
Desconversa
Pesares
A vida pesa?
Ser nada mais é
do que se deixar
ao tempo
tão leve quanto
a areia que escorre
ou se deixa levar
ao mar
ser ou deixar de ser
é tão leve quanto dizer
saber-se é grave
é ter o peso das coisas
e delas não mais apartar
saber-se é estar
e deixar de ser leve
deixar-se
pesar.
Monica San
Ser nada mais é
do que se deixar
ao tempo
tão leve quanto
a areia que escorre
ou se deixa levar
ao mar
ser ou deixar de ser
é tão leve quanto dizer
saber-se é grave
é ter o peso das coisas
e delas não mais apartar
saber-se é estar
e deixar de ser leve
deixar-se
pesar.
Monica San
Divagações de uma insone: dormir pra que?
Vou dormir...
que dormir se faz preciso,
mas é caso impreciso
de quem falta o que fazer.
Dormir pra que?
Se a passagem está marcada
e o descanso garantido
para quando não se sabe,
mas com tempo "a lá vonté"?
Monica San
que dormir se faz preciso,
mas é caso impreciso
de quem falta o que fazer.
Dormir pra que?
Se a passagem está marcada
e o descanso garantido
para quando não se sabe,
mas com tempo "a lá vonté"?
Monica San
14 abril, 2011
Sobre amar
Entre o amor e o prazer
- um hiato -
breve para os que amam
mas longo, muito longo
para os que temem amar.
Monica San
Dias difíceis
Me incomodam as lágrimas, os lamentos, as dores, porque não tenho o poder de apará-las ou amenizá-las. Ouço e me sinto inerte, incapaz, como se estivesse alheia a tudo.
Sei que pareço indiferente e isso dói.
Dói porque tenho lutado contra um sentimento ruim, algo que não desejo mas que tem invadido meus dias em doses nada homeopáticas.
Como lutar contra o rancor, a falta de carinho, a falta de amor ou por outra, o amor em migalhas e condicionado a trocas nem sempre justas?
A pior doença não é aquela que corrói a carne, mas a que dilacera a alma. Não é estar fisicamente debilitado mas deixar-se debilitar os sentimentos, as emoções, as alegrias das coisas mais simples como um dia que amanhece ensolarado ou uma tarde de chuva calma.
Estar doente é mais do que uma condição orgânica, é um desafio que a vida nos impõe por motivos que desconhecemos e portanto, contra os quais não temos argumentos.
O que nos resta então, senão a vontade de viver e descobrir novos desafios menos doloridos e mais prazerosos?
Como gritar isso a alguém que não quer ouvir?
Como mostrar o horizonte a alguém que se nega a olhar adiante?
A cada dia que passa, torna-se mais difícil encerrar a noite e colocar os pés no chão.
"Tire o seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor!"
Sei que pareço indiferente e isso dói.
Dói porque tenho lutado contra um sentimento ruim, algo que não desejo mas que tem invadido meus dias em doses nada homeopáticas.
Como lutar contra o rancor, a falta de carinho, a falta de amor ou por outra, o amor em migalhas e condicionado a trocas nem sempre justas?
A pior doença não é aquela que corrói a carne, mas a que dilacera a alma. Não é estar fisicamente debilitado mas deixar-se debilitar os sentimentos, as emoções, as alegrias das coisas mais simples como um dia que amanhece ensolarado ou uma tarde de chuva calma.
Estar doente é mais do que uma condição orgânica, é um desafio que a vida nos impõe por motivos que desconhecemos e portanto, contra os quais não temos argumentos.
O que nos resta então, senão a vontade de viver e descobrir novos desafios menos doloridos e mais prazerosos?
Como gritar isso a alguém que não quer ouvir?
Como mostrar o horizonte a alguém que se nega a olhar adiante?
A cada dia que passa, torna-se mais difícil encerrar a noite e colocar os pés no chão.
"Tire o seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor!"
11 abril, 2011
Resistência
Por um minuto
faltou o chão
não havia asas
que segurassem a queda
apenas o silêncio
e a vontade absurda de voltar.
Monica San
10 abril, 2011
Revés
Verbo
que se rasga inflama
da língua a sede aplaca
e sendo chama
de ato em ato estanca
o que de fato fere
Verbo é fato
se in-verso o fato é pele
ato que impele e trama
verso que se rasga
no verbo que diz: ama.
Monica San
que se rasga inflama
da língua a sede aplaca
e sendo chama
de ato em ato estanca
o que de fato fere
Verbo é fato
se in-verso o fato é pele
ato que impele e trama
verso que se rasga
no verbo que diz: ama.
Monica San
06 abril, 2011
Momentos
Queima
teu rastro largo
o corpo que foi teu chão
agora em outro leito
é tarde pra ser perfeito
um gozo nunca é vão.
Monica San
teu rastro largo
o corpo que foi teu chão
agora em outro leito
é tarde pra ser perfeito
um gozo nunca é vão.
Monica San
Rua morta
Um minuto de silêncio
pela vida ou pela morte
Um minuto uma saída
Tanto tempo tanta lida
Um silêncio que apavora
um minuto que não vinga
Pela vida ou pela morte
pelos pés que não se cansam
seja um tempo ou um acorde
Um minuto
um silêncio
sem saída busca a sorte.
Monica San
pela vida ou pela morte
Um minuto uma saída
Tanto tempo tanta lida
Um silêncio que apavora
um minuto que não vinga
Pela vida ou pela morte
pelos pés que não se cansam
seja um tempo ou um acorde
Um minuto
um silêncio
sem saída busca a sorte.
Monica San
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