27 março, 2012
Há braços
Pode um mundo inteiro
caber num abraço
sem que haja tempo
contratempo ou cansaço
Pode o meu no teu ser pedaço
de um todo que encaixa
e em nós se faz laço.
Monica San
21 março, 2012
Cadeira de escritor
No móvel de pensar
as ideias dormem
silenciosamente esperam...
sempre solitária, ela guarda.
Monica San
18 março, 2012
...
Ainda escrevo sobre o amor como se tivesse quinze anos
como se o tempo não mudasse o sentido das coisas
como se ainda adolescesse, um pouco, todos os dias.
Monica San
Romanceando
O que é o amor
senão essa vontade gigante
de fazer-se presa em braços
de fazer-se nós em laços
e desfazer-se
numa infinidade de abraços?
o que é o amar senão
esta infinita sensação de ter asas...
sem que jamais se queira voar!
Monica San
E então a gente pensa...
Tudo o que não é real e verdadeiro
perde-se com o tempo
a amizade, o amor, a paixão
... são tão frágeis quanto a lágrima
que se vai, que se perde dos olhos
só o que fica é o sorriso
este, depõe sobre todos os outros.
Monica San
15 março, 2012
Pensando, pensando, pensando...
A despeito de tantas falácias que insistem em colocar como complexo, confuso e incompreensível o universo feminino, ponho-me a observar e custo a crer no quanto o universo masculino pode ser tão ou mais inacessível à compreensão humana.
E como o homem, enquanto animal, é movido pelas coisas incompreensíveis da vida.
... Pois que, não vive o homem sem a parte outra, ou a mulher a mesma faceta?
Seja ela, a outra parte, da mesma natureza ou contrária, passa-se a vida toda em sua busca, por mais que se negue a necessidade de fundir-se corpo e alma a outra parte que se encaixe plenamente.
Seja pelo que chamam amor, pelo prazer do corpo ou pela elevação da alma, nos dispomos a enfrentar o desconhecido e tentar desvendar os mistérios do Ser.
Como compreender o prazer quem vem pela dor? A dor de amar e não ser amado, desejar e não possuir, enlear-se ao proibido ou simplesmente encantar-se com o inacessível?
Há tantos reveses neste vai-e-vem dos sentimentos, das emoções, que muitas vezes nos confundimos com nossas próprias escolhas ou crenças, buscando certezas onde só as dúvidas imperam, uma vez que sem elas não teríamos nada para fazer ou buscar.
A verdade é que, homem ou mulher, não importa, todos somos movidos pela ânsia de viver plenamente, de ultrapassar limites e abraçar uma porção maior do universo, que nos torne mais sabedores dos mistérios do mundo, mais fortes ou melhores do que outros tão iguais.
Todos somos crias da mesma porção do universo que nos faz parte dele.
Nem mais complexos nem menos, tão incompreensíveis quanto a própria vida.
Monica San
06 março, 2012
Catarse
Deixa-me derramar cântaros
no mais profícuo drama
cantar meus desencantos
rasgar minh'alma em flama
velar meus desamores
aos pés de um deus ingrato
vociferar horrores
manchar santo contrato
despir meus ais, incauto
entregue à própria sorte
agonizar num palco
sangrando até a morte
...
mas quando a luz proscênica
findar pungente ato
mais uma tragédia helênica
encerra-se neste teatro!
Monica San
O drama serve ao poeta, como a bebida ao ébrio.
no mais profícuo drama
cantar meus desencantos
rasgar minh'alma em flama
velar meus desamores
aos pés de um deus ingrato
vociferar horrores
manchar santo contrato
despir meus ais, incauto
entregue à própria sorte
agonizar num palco
sangrando até a morte
...
mas quando a luz proscênica
findar pungente ato
mais uma tragédia helênica
encerra-se neste teatro!
Monica San
O drama serve ao poeta, como a bebida ao ébrio.
03 março, 2012
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