12 outubro, 2013

Desejo

que não fosse a cara metade
mas que a parte que fosse
se encaixasse suavemente
profundo, além da carne
que não compreendesse tudo
não soubesse dos meus versos
nem o óbvio...mas que me sentisse
em tempo, escorrendo poemas
entre poros, veias e pernas
que não viesse com a sutileza
dos romances mais adocicados
mas, de espada em punho
me arrebatasse das raízes
bravo, bruto, e dono
feito guerreiro talhado 
no sangue que verte da lida
que não me fizesse sua
por honra ou força
mas entregue e cúmplice
pela força do inexplicável
do incompreensivel, do mistério
que em si carregam 
os sentimentos mais nobres
que não fossem nossos todos os dias
mas que nos soubessemos além 
do tempo, da distância, da falta
e que, ao adormecer 
o meu dia no seu, o seu em mim
fôssemos promessa
não de eternidade, mas de plenitude
pelo tempo que fosse.

Monica San

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Respeite os direitos autorais