04 setembro, 2009

Preamar



Lua imensa, cheia, carrega na perfeição de sua forma toda a beleza de um bucho em pleno gozo fecundo. Prenhe de amantes que em sua órbita depositam olhares libidinosos, urros, uivos e a sanha de corpos em chamas.
Reverbero à sua sombra, cálida e alucinante, vazo e estravazo em rompantes lunáticos.
Torno em loba a mulher quando a maré sobe, e uivo em sua direção como a tomá-la por cúmplice dos ardores que me castigam.
Vou aos confins de céu e inferno, e espero.
Pela próxima cheia, pelo uivo alucinado dos amantes, por um lobo faminto... que me faça presa na sua orbe.

Monica San

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