29 agosto, 2011
Eu espelho
"C'est la vie!"
A expressão é tão bela quanto triste. Conformismo arrastado muitas vezes pela falta de coragem e nada mais.
Quando ouço Piaf, empresto dela as expressões melancólicas, sofríveis, angustiantes, e mergulho. Cegamente vou ao fundo como se quisesse bater com a cabeça e colocar um ponto final em tudo. E como se fosse mesmo possível, justo eu que sou dada às reticências e não gosto de finais previsíveis.
Piaf, dos Anjos, Nelson, personagens melancólicas, sarcásticas, sofríveis, como os sentimentos que ora me compõem.
Tenho sorrisos gratuitos para quem deles precisa, e não os economizo quando sei que serão bem vindos, mas reservo-me o direito às lágrimas e ao silêncio quando os sorrisos se desgastam por trás da palidez dos meus dias.
Por isso, quando me vir sorrindo por aí, desconfie do espelho: pode ser que alguém tenha me sorrido primeiro.
Monica San
...
A vida tem me irritado tanto
que talvez nem me fizesse falta
passo por ela perdendo o encanto
ela por mim, apenas passa.
que talvez nem me fizesse falta
passo por ela perdendo o encanto
ela por mim, apenas passa.
Monica San
17 agosto, 2011
Temporal
Passa por mim um pequeno infante
olhos matreiros, sorriso aberto
carrega sonhos de um gigante
sob seus pés um caminho incerto
giro o olhar e disparo adiante
vidas se cruzam sem se tocar
há nessa vida só uma constante
colhe-se aquilo que se plantar
volto ao infante em busca dos sonhos
mas tempo se colhe sem semear
deixou a criança perder-se (dos sonhos)
e agora as pegadas se perdem no ar
roga-se ao tempo a santa clemência
que a vida não passe sem se achegar
em tempo, esquecemos de ter a ciência
de ser boa estrada pro tempo passar.
Monica San
olhos matreiros, sorriso aberto
carrega sonhos de um gigante
sob seus pés um caminho incerto
giro o olhar e disparo adiante
vidas se cruzam sem se tocar
há nessa vida só uma constante
colhe-se aquilo que se plantar
volto ao infante em busca dos sonhos
mas tempo se colhe sem semear
deixou a criança perder-se (dos sonhos)
e agora as pegadas se perdem no ar
roga-se ao tempo a santa clemência
que a vida não passe sem se achegar
em tempo, esquecemos de ter a ciência
de ser boa estrada pro tempo passar.
Monica San
12 agosto, 2011
09 agosto, 2011
Desta arte
Há muito que não sou
a arte que me cabe
de tão pouca parte
ai de mim, que tanto falte!
Destarte, já não sou parte
mas todo arte até os ossos
que não em ato ou fato
(posto que me falta acato)
mas em veias, pés e asas
que desde sempre me fartam!
Monica San
a arte que me cabe
de tão pouca parte
ai de mim, que tanto falte!
Destarte, já não sou parte
mas todo arte até os ossos
que não em ato ou fato
(posto que me falta acato)
mas em veias, pés e asas
que desde sempre me fartam!
Monica San
07 agosto, 2011
Talvez não
Há um sem palavras
sem tamanho
onde sobram olhos arregalados
e suspiros desencantados
talvez no vácuo
de sentimentos mal guardados
ou no hiato de um beijo adiado
talvez haja um poema
ou alguns versos rasgados
onde a vida negou o encanto
de um abraço de braços largos
ou do viço de um riso farto
e talvez me falte o lastro
do gosto que a lingua amarga
do gesto que o vão apaga
da fala que cala a alma
quando só a canção me acalma
e talvez seja canção
tua voz que na minha fala
(quando olhar entre nós dispara)
e embala o meu coração.
Monica San
sem tamanho
onde sobram olhos arregalados
e suspiros desencantados
talvez no vácuo
de sentimentos mal guardados
ou no hiato de um beijo adiado
talvez haja um poema
ou alguns versos rasgados
onde a vida negou o encanto
de um abraço de braços largos
ou do viço de um riso farto
e talvez me falte o lastro
do gosto que a lingua amarga
do gesto que o vão apaga
da fala que cala a alma
quando só a canção me acalma
e talvez seja canção
tua voz que na minha fala
(quando olhar entre nós dispara)
e embala o meu coração.
Monica San
06 agosto, 2011
Contradito
O que me espanta
no espelho
são as contradições
De tão igual
que tudo se parece
o que parece irreal
no contra aquiesce
e o real que se encontra
do outro lado se esquece.
Monica San
no espelho
são as contradições
De tão igual
que tudo se parece
o que parece irreal
no contra aquiesce
e o real que se encontra
do outro lado se esquece.
Monica San
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