29 agosto, 2011

Eu espelho


"C'est la vie!"
A expressão é tão bela quanto triste. Conformismo arrastado muitas vezes pela falta de coragem e nada mais.
Quando ouço Piaf, empresto dela as expressões melancólicas, sofríveis, angustiantes, e mergulho. Cegamente vou ao fundo como se quisesse bater com a cabeça e colocar um ponto final em tudo. E como se fosse mesmo possível, justo eu que sou dada às reticências e não gosto de finais previsíveis.
Piaf, dos Anjos, Nelson, personagens melancólicas, sarcásticas, sofríveis, como os sentimentos que ora me compõem.
Tenho sorrisos gratuitos para quem deles precisa, e não os economizo quando sei que serão bem vindos, mas reservo-me o direito às lágrimas e ao silêncio quando os sorrisos se desgastam por trás da palidez dos meus dias.
Por isso, quando me vir sorrindo por aí, desconfie do espelho: pode ser que alguém tenha me sorrido primeiro.


Monica San



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