19 novembro, 2013

Sentir sem sentido

Que dizer ao coração
pobre e tolo músculo
que aos olhos da razão
"invólucro do saber"
"recipiente da perspicácia"
"recôndito da verdade absoluta"
não passa de pequeno coldre
onde repousam, frágeis
e singelos os sentimentos
que de nobres, restam apenas os mitos?

Mentecapto dos infernos!
Isto é o que és, ínfimo e inútil.

Deixa a razão que mande,
desmande, assuma e arque com as pagas!
Desacelera, trabalha em ponto morto
e guarda que a hora sempre chega.
De bater e de render,
sentinela que és dos sobressaltos
guardador das emoções que restam
esperança dos dias frios e ocos.

Pode a razão vencer as batalhas dos homens...mas no coração é que nascem os sonhos, e as canções que ecoam onde ao homem não cabe tocar.


Monica San

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