31 março, 2009

Prenhez de poeta


Acendo e apago as luzes do meu dia
com a força da verve que me compõe poeta
Adormeço o Sol quando seu fogo me exauri
fazendo arder as vontades de fartos oásis
que não podem saciar a minha sede
pois não alcançam mais do que os meus olhos.

Deixo que o Sol se resguarde do meu apetite
e das minhas vontades, que também o exaurem
E desenho noites escuras, sem brilho de estrelas
mas com a solidão da lua que se faz cúmplice
dos desmandos e desvarios de poetas e loucos.

Segredo a ela os pensamentos mais funestos
os desejos mais inconfessos, os devaneios mais absurdos
E, numa cumplicidade declarada, colho de seu brilho
pálido e insólito, a energia que me refaz.

E refeita, reacendo o Sol...amante voraz de todos os meus dias!
Que me penetra o ventre com seus raios de fogo
e me torna prenhe de amor, de vida e de poesia.

Monica San

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