30 dezembro, 2011
Infinitivo
As asas que me levam
são as mesmas
que me trarão de volta
o amor desconhece amarras
porque tem no infinito
seu porto seguro.
Monica San
29 dezembro, 2011
Capital
Ainda me escondo da tristeza
atrás de um sorriso largo
como se espelhasse a alegria alheia
(e não morresse de inveja).
Monica San
28 dezembro, 2011
03 dezembro, 2011
25 novembro, 2011
Silenciamento
Deixa assim
intocável, desejável
providencial
leito de mágoas
dores e angústias
relicário
de segredos inconfessos
cúmplice
dos momentos mais torpes
quieto.
guardador fiel da minha alma
mudo, surdo e cego.
Monica San
22 novembro, 2011
...
As vezes eu me pergunto porque as pessoas
perdem tanto tempo sendo previsíveis, quando
poderiam ser a todo tempo surpreendentes.
O inesperado faz toda diferença.
Monica San
Viandante, via nada
Hei de ser um dia poeta!
Daqueles bem metafóricos
dos que olham além dos olhos
e transformam tudo em signos
Falarei pelas beiradas
e beijarei com os olhos
as coisas mais estranhas e tortas
e às normalices dessa vida
tão enfadonhas e desinteressantes
darei os ombros e a língua
numa atitude infantil e boba
mas com a alegria de quem ouve sinos
em dia de natal e neve imaginária
E assim estarei mais próxima da felicidade
desta que os poemas tanto falam
e os poetas tanto sabem (...)
Por ora, basta-me a companhia solitária
dos verbetes mal conjugados
das idéias inóspitas e sem assento
que em noites mal dormidas
corrompem essa pobre alma agoniada.
Enquanto nesta ilusão de deixar de ser nada
a vida vai passando - vou por ela, ela por mim
enquanto poesia viajante, enquanto poeta estrada.
Daqueles bem metafóricos
dos que olham além dos olhos
e transformam tudo em signos
Falarei pelas beiradas
e beijarei com os olhos
as coisas mais estranhas e tortas
e às normalices dessa vida
tão enfadonhas e desinteressantes
darei os ombros e a língua
numa atitude infantil e boba
mas com a alegria de quem ouve sinos
em dia de natal e neve imaginária
E assim estarei mais próxima da felicidade
desta que os poemas tanto falam
e os poetas tanto sabem (...)
Por ora, basta-me a companhia solitária
dos verbetes mal conjugados
das idéias inóspitas e sem assento
que em noites mal dormidas
corrompem essa pobre alma agoniada.
Enquanto nesta ilusão de deixar de ser nada
a vida vai passando - vou por ela, ela por mim
enquanto poesia viajante, enquanto poeta estrada.
Monica San
13 novembro, 2011
Mea culpa
Abandono o pensamento, todos os dias.
Recuso-me aos esforços de ser pensante e me reservo a preguiça (ou a covardia) da ignorância assentida.
Cansei de pensar a vida. Ou ela, de ser por mim, tão mal pensada.
A verdade é que tenho abandonado da mente a coerência e o bom senso dos seres que pensam, simplesmente porque não me encontro neste espelho, nem fora nem dentro.
Sou todos os dias um contrasenso irritante.
Quero o conhecimento desde que ele não me canse nem me seja cobrado, quero o amor desde que ele me queira assim, arredia e confusa, intensa apenas no amar. Quero ser compreendida sem compreender nada, e quero pra ontem o que nem sempre se faz numa vida toda.
Não aceito que me olhem superficialmente, mas talvez não me deixe olhar o suficiente por ter medo de ser descoberta; a fragilidade por trás das palavras e do sorriso me assusta.
Desconheço todas as minhas falas, porque não sei de onde elas brotam nem mesmo por que caminhos são conduzidas até chegarem a algum lugar. Nem sei até onde chegam, ou se chegam.
E me ressinto comigo mesma quando percebo o tamanho da minha culpa diante de tudo o que não sou, nunca fui, e talvez nunca venha a ser.
Fraqueza de vontades pequenas por certo, desejos mal desejados, sonhos desperdiçados em noites mal dormidas e sem nenhum proveito.
Decorei a teoria e na prática, fracassei. Tenho errado cada passo, como se todos fossem o primeiro e como se a maturidade não passasse de um viés totalmente desnecessário à vida.
Hoje, não sei de mim mais do que o ar que me mantém viva ou os olhos que se abrem e fecham mecanicamente, alternando a luz e a escuridão.
Onde me encontro, eu realmente não sei.
Recuso-me aos esforços de ser pensante e me reservo a preguiça (ou a covardia) da ignorância assentida.
Cansei de pensar a vida. Ou ela, de ser por mim, tão mal pensada.
A verdade é que tenho abandonado da mente a coerência e o bom senso dos seres que pensam, simplesmente porque não me encontro neste espelho, nem fora nem dentro.
Sou todos os dias um contrasenso irritante.
Quero o conhecimento desde que ele não me canse nem me seja cobrado, quero o amor desde que ele me queira assim, arredia e confusa, intensa apenas no amar. Quero ser compreendida sem compreender nada, e quero pra ontem o que nem sempre se faz numa vida toda.
Não aceito que me olhem superficialmente, mas talvez não me deixe olhar o suficiente por ter medo de ser descoberta; a fragilidade por trás das palavras e do sorriso me assusta.
Desconheço todas as minhas falas, porque não sei de onde elas brotam nem mesmo por que caminhos são conduzidas até chegarem a algum lugar. Nem sei até onde chegam, ou se chegam.
E me ressinto comigo mesma quando percebo o tamanho da minha culpa diante de tudo o que não sou, nunca fui, e talvez nunca venha a ser.
Fraqueza de vontades pequenas por certo, desejos mal desejados, sonhos desperdiçados em noites mal dormidas e sem nenhum proveito.
Decorei a teoria e na prática, fracassei. Tenho errado cada passo, como se todos fossem o primeiro e como se a maturidade não passasse de um viés totalmente desnecessário à vida.
Hoje, não sei de mim mais do que o ar que me mantém viva ou os olhos que se abrem e fecham mecanicamente, alternando a luz e a escuridão.
Onde me encontro, eu realmente não sei.
30 outubro, 2011
A bola da vez: o câncer do ex-presidente Lula
Hipocrisia, demagogia, falta de respeito, e por aí vai.
O SUS sempre foi passível de críticas, é cheio de problemas e muito falho em especial nas regiões mais carentes do país, mas isso não é de hoje. O que me incomoda é estarem usando um câncer como bode espiatório. O câncer do ex-presidente virou gancho para o esculacho.
Seria cômico se não fosse trágico, já que falamos de uma doença tão grave e triste. Felizmente, para ELE e para quem tem o mínimo de respeito pelo ser humano, hoje o câncer já não é o bicho papão de antes, independente de ser tratado na rede privada ou pública.
O paciente da rede pública recebe o mesmo tratamento oferecido pela rede privada, desde o diagnóstico até o tratamento cirúrgico e clínico, de acordo com a necessidade de cada um. Se há demora, é porque não se pode comparar a demanda em ambos os casos... mas mesmo quando se tem que esperar, prima-se por manter a qualidade de vida do paciente, através do atendimento de emergência prioritário, do acompanhamento psicológico, do apoio à família e aos cuidadores, e várias outras medidas que buscam cada vez mais um serviço de qualidade, que trate o paciente de forma dígna e eficiente.
Vale lembrar, aos "cuidadores da vida alheia" de plantão, que neste caso, estão falando de um ex-presidente que tbém é um ex-bóia-fria, ex-metalúrgico, sindicalista e portanto muito mais acostumado aos serviços do SUS, do que a maioria que o critica.
E aí fica a pergunta que não quer calar: dê a qualquer um destes, o poder de um cargo eletivo tão importante como o de presidente, e me diga: será que, estando eles doentes (de que doença fosse), estariam se tratando no SUS, apenas em nome da solidariedade popular?
Monica San
O SUS sempre foi passível de críticas, é cheio de problemas e muito falho em especial nas regiões mais carentes do país, mas isso não é de hoje. O que me incomoda é estarem usando um câncer como bode espiatório. O câncer do ex-presidente virou gancho para o esculacho.
Seria cômico se não fosse trágico, já que falamos de uma doença tão grave e triste. Felizmente, para ELE e para quem tem o mínimo de respeito pelo ser humano, hoje o câncer já não é o bicho papão de antes, independente de ser tratado na rede privada ou pública.
O paciente da rede pública recebe o mesmo tratamento oferecido pela rede privada, desde o diagnóstico até o tratamento cirúrgico e clínico, de acordo com a necessidade de cada um. Se há demora, é porque não se pode comparar a demanda em ambos os casos... mas mesmo quando se tem que esperar, prima-se por manter a qualidade de vida do paciente, através do atendimento de emergência prioritário, do acompanhamento psicológico, do apoio à família e aos cuidadores, e várias outras medidas que buscam cada vez mais um serviço de qualidade, que trate o paciente de forma dígna e eficiente.
Vale lembrar, aos "cuidadores da vida alheia" de plantão, que neste caso, estão falando de um ex-presidente que tbém é um ex-bóia-fria, ex-metalúrgico, sindicalista e portanto muito mais acostumado aos serviços do SUS, do que a maioria que o critica.
E aí fica a pergunta que não quer calar: dê a qualquer um destes, o poder de um cargo eletivo tão importante como o de presidente, e me diga: será que, estando eles doentes (de que doença fosse), estariam se tratando no SUS, apenas em nome da solidariedade popular?
Monica San
Escape
Esse mundo de cabeça pra baixo
onde nem sempre me encaixo
me olha DECIMABAIXO
mundo mundo mundo vasto
não sou raimundo e nem sempre me basto
tão somente me animo quando rimo (ou não)
mundo mundo vasto mundo
não fosse a poesia, seria a canção.
Monica San
** A semelhança com a obra de Drummond, "Poema de sete faces", não é mera coincidência mas pura identificação. Que o poeta me permita e perdoe a ousadia.
27 outubro, 2011
16 outubro, 2011
Rasgo
Vida de merda
nem fúria
nem marasmo
- um rasgo -
fundo n'alma
taça de sangue
amargo, trago
que não embriaga
adaga sem ponta
não afunda
fere, não mata
dor rasa
sobrepele, marca
corpo sem casca
frágil composto
corpóreo, etéreo
- sem asa -
- passa -
lentamente
ignotamente
descasca as horas
sem contar sementes
inútil tiquetaquear
- so mente -
nem fúria
nem marasmo
- um rasgo -
fundo n'alma
taça de sangue
amargo, trago
que não embriaga
adaga sem ponta
não afunda
fere, não mata
dor rasa
sobrepele, marca
corpo sem casca
frágil composto
corpóreo, etéreo
- sem asa -
- passa -
lentamente
ignotamente
descasca as horas
sem contar sementes
inútil tiquetaquear
- so mente -
Monica San
14 outubro, 2011
Emaranhado
...esse vazio
que ora me devora
ora me acompanha
é a parte que me cabe
no aparte que me ganha
é amor que não me sabe
na vontade que é tamanha
esse vão que me consome
na saudade se faz sanha
d'um amor que não me vale
d'um ardor que me arrebanha
...
é ausência que faz hora
num relógio que emaranha.
Monica San
que ora me devora
ora me acompanha
é a parte que me cabe
no aparte que me ganha
é amor que não me sabe
na vontade que é tamanha
esse vão que me consome
na saudade se faz sanha
d'um amor que não me vale
d'um ardor que me arrebanha
...
é ausência que faz hora
num relógio que emaranha.
Monica San
28 setembro, 2011
...
Segredos... não os tenho
tenho verdades inconfessáveis
que por vezes,
teimam escapar-me da memória.
Monica San
Assombramento
Há na condição humana
tanta maravilha quanto assombro
diante do que se é ou faz-se ser
a medida em que a vida se manifesta
ora benesse ora malogro
Há, na condição humana
muito de inumano
quando se contradiz a vida
sob a força do próprio punho
o homem, super animal evoluído
Há nessa condição
de ser Super, de Ser superior
um tanto imensurável de horror
assim, quando o espelho é só espanto
diante d'um desconhecido morador.
Monica San
tanta maravilha quanto assombro
diante do que se é ou faz-se ser
a medida em que a vida se manifesta
ora benesse ora malogro
Há, na condição humana
muito de inumano
quando se contradiz a vida
sob a força do próprio punho
o homem, super animal evoluído
Há nessa condição
de ser Super, de Ser superior
um tanto imensurável de horror
assim, quando o espelho é só espanto
diante d'um desconhecido morador.
Monica San
A gosto
Esse gosto
de não ter gosto de nada
gosto que de tão sem gosto
amarga
é de nada ou de tudo
que a língua desgosta
e não traga.
Monica San
de não ter gosto de nada
gosto que de tão sem gosto
amarga
é de nada ou de tudo
que a língua desgosta
e não traga.
Monica San
11 setembro, 2011
EX PE RI MEN TE
Experimente tomar um banho de chuva fria
chupar uma fruta, trepado no pé
correr descalço na grama molhada
cantar com bons amigos em volta de uma fogueira
Experimente pular numa poça d'água
se lambuzar de glacê de bolo
tomar um porre de madrugada
e chorar no ombro do melhor amigo
Experimente abrir bem os olhos enquanto faz amor
fazer amor como se o mundo parasse
e gritar ao mundo que a vida é bonita, e é bonita
e chorar de arrependimento (ou culpa) quando o amor se for
E experimente não ser o que esperam de você
mas ser você, no melhor dos seus dias
mesmo quando estes dias lhe negam um sorriso
Experimente não saber tudo, ou saber quase nada
mesmo quando a verdade lhe salta aos olhos
e não ter por sua nenhuma verdade
já que são os mistérios ainda escondidos
o grande tesouro que move a vida
E experimente romper a barreira do som
mesmo quando em silêncio
porque um grito que sai da alma jamais se cala
E quando a vida te cobrar a experiência de um homem vivido
experimente ser criança e dê uma boa gargalhada
porque a vida... a vida é engraçada
mas é preciso sabedoria
pra não perder uma boa piada.
Monica San
chupar uma fruta, trepado no pé
correr descalço na grama molhada
cantar com bons amigos em volta de uma fogueira
Experimente pular numa poça d'água
se lambuzar de glacê de bolo
tomar um porre de madrugada
e chorar no ombro do melhor amigo
Experimente abrir bem os olhos enquanto faz amor
fazer amor como se o mundo parasse
e gritar ao mundo que a vida é bonita, e é bonita
e chorar de arrependimento (ou culpa) quando o amor se for
E experimente não ser o que esperam de você
mas ser você, no melhor dos seus dias
mesmo quando estes dias lhe negam um sorriso
Experimente não saber tudo, ou saber quase nada
mesmo quando a verdade lhe salta aos olhos
e não ter por sua nenhuma verdade
já que são os mistérios ainda escondidos
o grande tesouro que move a vida
E experimente romper a barreira do som
mesmo quando em silêncio
porque um grito que sai da alma jamais se cala
E quando a vida te cobrar a experiência de um homem vivido
experimente ser criança e dê uma boa gargalhada
porque a vida... a vida é engraçada
mas é preciso sabedoria
pra não perder uma boa piada.
Monica San
Momento lúdico

lá se vai a minha paz
leve, leve, leve
num colorido translúcido
que enche os olhos d'água
a paz não é branca não
é bola de sabão voando solta.
Um segundo e ploc!
encho de ar e tento fazer outra
e outra, e outra... e outra
e brinco de fazer paz
enquanto a vida me leva a sério.
Monica San
04 setembro, 2011
Mutilação
O dia não amanheceu
foi arrancado de um bucho negro
vomitado e escarrado
em meio a uma poça de sangue
e agora se arrasta sobre um leito
de horas amargas.
E dói.
Como se fosse a mutilação da carne
um pedaço estirpado sem anestesia
uma sangria feita as pressas lembrando
que o tempo se esgota rapidamente
hemorrágico e alheio à existência de dor
ou à necessidade de vida.
Monica San
foi arrancado de um bucho negro
vomitado e escarrado
em meio a uma poça de sangue
e agora se arrasta sobre um leito
de horas amargas.
E dói.
Como se fosse a mutilação da carne
um pedaço estirpado sem anestesia
uma sangria feita as pressas lembrando
que o tempo se esgota rapidamente
hemorrágico e alheio à existência de dor
ou à necessidade de vida.
Monica San
29 agosto, 2011
Eu espelho
"C'est la vie!"
A expressão é tão bela quanto triste. Conformismo arrastado muitas vezes pela falta de coragem e nada mais.
Quando ouço Piaf, empresto dela as expressões melancólicas, sofríveis, angustiantes, e mergulho. Cegamente vou ao fundo como se quisesse bater com a cabeça e colocar um ponto final em tudo. E como se fosse mesmo possível, justo eu que sou dada às reticências e não gosto de finais previsíveis.
Piaf, dos Anjos, Nelson, personagens melancólicas, sarcásticas, sofríveis, como os sentimentos que ora me compõem.
Tenho sorrisos gratuitos para quem deles precisa, e não os economizo quando sei que serão bem vindos, mas reservo-me o direito às lágrimas e ao silêncio quando os sorrisos se desgastam por trás da palidez dos meus dias.
Por isso, quando me vir sorrindo por aí, desconfie do espelho: pode ser que alguém tenha me sorrido primeiro.
Monica San
...
A vida tem me irritado tanto
que talvez nem me fizesse falta
passo por ela perdendo o encanto
ela por mim, apenas passa.
que talvez nem me fizesse falta
passo por ela perdendo o encanto
ela por mim, apenas passa.
Monica San
17 agosto, 2011
Temporal
Passa por mim um pequeno infante
olhos matreiros, sorriso aberto
carrega sonhos de um gigante
sob seus pés um caminho incerto
giro o olhar e disparo adiante
vidas se cruzam sem se tocar
há nessa vida só uma constante
colhe-se aquilo que se plantar
volto ao infante em busca dos sonhos
mas tempo se colhe sem semear
deixou a criança perder-se (dos sonhos)
e agora as pegadas se perdem no ar
roga-se ao tempo a santa clemência
que a vida não passe sem se achegar
em tempo, esquecemos de ter a ciência
de ser boa estrada pro tempo passar.
Monica San
olhos matreiros, sorriso aberto
carrega sonhos de um gigante
sob seus pés um caminho incerto
giro o olhar e disparo adiante
vidas se cruzam sem se tocar
há nessa vida só uma constante
colhe-se aquilo que se plantar
volto ao infante em busca dos sonhos
mas tempo se colhe sem semear
deixou a criança perder-se (dos sonhos)
e agora as pegadas se perdem no ar
roga-se ao tempo a santa clemência
que a vida não passe sem se achegar
em tempo, esquecemos de ter a ciência
de ser boa estrada pro tempo passar.
Monica San
12 agosto, 2011
09 agosto, 2011
Desta arte
Há muito que não sou
a arte que me cabe
de tão pouca parte
ai de mim, que tanto falte!
Destarte, já não sou parte
mas todo arte até os ossos
que não em ato ou fato
(posto que me falta acato)
mas em veias, pés e asas
que desde sempre me fartam!
Monica San
a arte que me cabe
de tão pouca parte
ai de mim, que tanto falte!
Destarte, já não sou parte
mas todo arte até os ossos
que não em ato ou fato
(posto que me falta acato)
mas em veias, pés e asas
que desde sempre me fartam!
Monica San
07 agosto, 2011
Talvez não
Há um sem palavras
sem tamanho
onde sobram olhos arregalados
e suspiros desencantados
talvez no vácuo
de sentimentos mal guardados
ou no hiato de um beijo adiado
talvez haja um poema
ou alguns versos rasgados
onde a vida negou o encanto
de um abraço de braços largos
ou do viço de um riso farto
e talvez me falte o lastro
do gosto que a lingua amarga
do gesto que o vão apaga
da fala que cala a alma
quando só a canção me acalma
e talvez seja canção
tua voz que na minha fala
(quando olhar entre nós dispara)
e embala o meu coração.
Monica San
sem tamanho
onde sobram olhos arregalados
e suspiros desencantados
talvez no vácuo
de sentimentos mal guardados
ou no hiato de um beijo adiado
talvez haja um poema
ou alguns versos rasgados
onde a vida negou o encanto
de um abraço de braços largos
ou do viço de um riso farto
e talvez me falte o lastro
do gosto que a lingua amarga
do gesto que o vão apaga
da fala que cala a alma
quando só a canção me acalma
e talvez seja canção
tua voz que na minha fala
(quando olhar entre nós dispara)
e embala o meu coração.
Monica San
06 agosto, 2011
Contradito
O que me espanta
no espelho
são as contradições
De tão igual
que tudo se parece
o que parece irreal
no contra aquiesce
e o real que se encontra
do outro lado se esquece.
Monica San
no espelho
são as contradições
De tão igual
que tudo se parece
o que parece irreal
no contra aquiesce
e o real que se encontra
do outro lado se esquece.
Monica San
25 julho, 2011
18 julho, 2011
13 julho, 2011
Verdadezinha
Tua língua no meu umbigo
- nem ligo-
ando melancólica baby
as cócegas eu nem sinto
perdi o tesão, quem diria
bem sabes... eu nunca minto.
Monica San
- nem ligo-
ando melancólica baby
as cócegas eu nem sinto
perdi o tesão, quem diria
bem sabes... eu nunca minto.
Monica San
12 julho, 2011
Confesso
o que de mais bonito eu sinto
as palavras fingem
e nos versos eu minto
não que eu seja insensível mas
é que me falta o grito!
Monica San
Palavreando
flores são palavras coloridas
farpas são palavras doloridas
o silêncio são palavras perdidas
no vão das palavras não ditas
palavras são flores bonitas
plantadas na ponta da lingua
farpas são flores caladas
no vão do silêncio esquecidas.
palavras são flores
são farpas de amores
plantadas no verso da vida!
Monica San
farpas são palavras doloridas
o silêncio são palavras perdidas
no vão das palavras não ditas
palavras são flores bonitas
plantadas na ponta da lingua
farpas são flores caladas
no vão do silêncio esquecidas.
palavras são flores
são farpas de amores
plantadas no verso da vida!
Monica San
08 julho, 2011
A pulso
07 julho, 2011
De verdades, mentiras e poetas
Se te disserem que a vida é bela
não creia
a vida é uma grande merda, isso sim!
As pessoas são falsas
a política é suja
e a justiça é realmente cega
Isso é coisa de poeta!
Só um poeta seria capaz de mentir
tamanha verdade
ou dizer tamanha mentira
como se verdade fosse
e com a certeza de um sacerdote.
Poetas não são confiáveis
(esta sim é uma grande verdade)
enganam descaradamente
dissimulam sem nenhuma culpa
comovem os fracos
envolvem os românticos
provocam os revoltosos
iludem os crédulos
rimam desgraças com sentimentos
e transformam a vida numa grande orgia
bebendo aos goles as dores alheias
e ainda fingindo não tê-las.
Isso quando não dóem e sangram
em versos angustiados
e miseravelmente tristes
Sabe-se lá quanto de verdade há nisso tudo!
Não se deve confiar a um poeta
um segredo que seja
os lamentos, guarde-os todos a salvo
longe do ladino que em boa prosa
lhe versaria a vida colorida
roubando assim o teu direito às lamúrias
e lhe plantando na face
um sorriso... um mísero sorriso.
O poeta é sempre culpado
sempre sozinho
sempre incompreendido
sempre poeta, apenas.
Mas, atente:
se lhe disserem que a vida é bela
e pior, que o amor existe
e o teu coração teimar em acreditar
respire fundo e conforme-se
você "está" irremediavelmente poeta!
Monica San
não creia
a vida é uma grande merda, isso sim!
As pessoas são falsas
a política é suja
e a justiça é realmente cega
Isso é coisa de poeta!
Só um poeta seria capaz de mentir
tamanha verdade
ou dizer tamanha mentira
como se verdade fosse
e com a certeza de um sacerdote.
Poetas não são confiáveis
(esta sim é uma grande verdade)
enganam descaradamente
dissimulam sem nenhuma culpa
comovem os fracos
envolvem os românticos
provocam os revoltosos
iludem os crédulos
rimam desgraças com sentimentos
e transformam a vida numa grande orgia
bebendo aos goles as dores alheias
e ainda fingindo não tê-las.
Isso quando não dóem e sangram
em versos angustiados
e miseravelmente tristes
Sabe-se lá quanto de verdade há nisso tudo!
Não se deve confiar a um poeta
um segredo que seja
os lamentos, guarde-os todos a salvo
longe do ladino que em boa prosa
lhe versaria a vida colorida
roubando assim o teu direito às lamúrias
e lhe plantando na face
um sorriso... um mísero sorriso.
O poeta é sempre culpado
sempre sozinho
sempre incompreendido
sempre poeta, apenas.
Mas, atente:
se lhe disserem que a vida é bela
e pior, que o amor existe
e o teu coração teimar em acreditar
respire fundo e conforme-se
você "está" irremediavelmente poeta!
Monica San
Antes do ocaso
A vida pede que se tenha sempre
um sorriso guardado na manga
que se fale de esperança
quando tudo pareça perdido
e que não se perca o sentido
daquilo que move montanhas
A vida urge um gesto amarrotado
uma chispa de sonho perdido
ou uma noite de sono
quando o que mais se espera
são dias saindo do forno
com gosto de pão quentinho
e cara lambuzada de mel
dias adocicados e sem culpas
bem paridos na madrugadice
de um tolo poeta
ou rimados com noites quentes
e embriagados de pureza
a pureza de um amor que anda doente.
A vida pede apenas
que não se deixe, que não se morra
antes que o sol cumpra seu curso.
Monica San
um sorriso guardado na manga
que se fale de esperança
quando tudo pareça perdido
e que não se perca o sentido
daquilo que move montanhas
A vida urge um gesto amarrotado
uma chispa de sonho perdido
ou uma noite de sono
quando o que mais se espera
são dias saindo do forno
com gosto de pão quentinho
e cara lambuzada de mel
dias adocicados e sem culpas
bem paridos na madrugadice
de um tolo poeta
ou rimados com noites quentes
e embriagados de pureza
a pureza de um amor que anda doente.
A vida pede apenas
que não se deixe, que não se morra
antes que o sol cumpra seu curso.
Monica San
03 julho, 2011
29 junho, 2011
Lições dessa nossa vida
Sempre que me vejo diante das enfermidades do corpo paro e penso no quanto somos pequenos diante da vida. No quanto somos arrogantes quando nos sentimos maiores ou melhores do que qualquer outro ser habitante deste nosso planetinha. E no quanto somos capazes de minimizar e subjugar a grandeza da nossa alma, esta sim, capaz de abarcar toda a beleza da vida e nos tornar seres muito melhores.
Isso, quando nos permitimos ser alma, mais do que corpo.
Não há respostas fáceis para questões que nos pareçam impossíveis, e talvez tais respostas nem existam, mas buscá-las é sempre um passo adiante.
Monica San
Isso, quando nos permitimos ser alma, mais do que corpo.
Não há respostas fáceis para questões que nos pareçam impossíveis, e talvez tais respostas nem existam, mas buscá-las é sempre um passo adiante.
Monica San
21 junho, 2011
Pequenos segredos
Destas noites assim
nuas de versos
melancólicas e cruas
sabe a pele que se rasga
e os olhos que encerram
órfãos de sonhos bons
destas noites
donde se grita sem voz
e os pés não fazem estrada
mais do que história
bem sabem os lábios
que ressecam versos
e salivam beijos de amor.
Delas, destas
bem mal ditas noites
que a madrugada engole
indigestas e mal paridas
mal sabem os poemas
e as palavras que nunca são ditas.
Monica San
16 junho, 2011
14 junho, 2011
Poesia marginal
12 junho, 2011
Twittando
ai a rotina, ai a mesmice, ai o tédio, tudo tão sempre no mesmo lugar
e eu tão sempre fora de ordem!
e eu tão sempre fora de ordem!
10 junho, 2011
Em curso
Que venha dos teus olhos
a lâmina afiada
e assim
trespassada e cálida
eu me saiba nua.
Que venha dos teus lábios
o verbo que incendeia
e assim
atrevida e impura
eu me saiba tua.
Que venha entremeios
tua carne rente
e assim
confluente em curso
eu te saiba mar.
Monica San
a lâmina afiada
e assim
trespassada e cálida
eu me saiba nua.
Que venha dos teus lábios
o verbo que incendeia
e assim
atrevida e impura
eu me saiba tua.
Que venha entremeios
tua carne rente
e assim
confluente em curso
eu te saiba mar.
Monica San
09 junho, 2011
Misancene
Este frio que se faz n'alma
que ao vento é alheio
e que da chuva não tem senão
a parecência em conta-gotas
que se vai escorrendo
Este frio que vai estremecendo
e fazendo doer até o que não se sente
calor ausente que faz exangue
cada dia, cada hora, cada momento
É frívolo sentimento
parco senão melancólico e efêmero
misancene d'alma lírica
que do lamento faz poesia e do sentir
(que ora se sente)
faz mentir até o amor, contrapartido
numa verborragia renitente!
Monica San
que ao vento é alheio
e que da chuva não tem senão
a parecência em conta-gotas
que se vai escorrendo
Este frio que vai estremecendo
e fazendo doer até o que não se sente
calor ausente que faz exangue
cada dia, cada hora, cada momento
É frívolo sentimento
parco senão melancólico e efêmero
misancene d'alma lírica
que do lamento faz poesia e do sentir
(que ora se sente)
faz mentir até o amor, contrapartido
numa verborragia renitente!
Monica San
Traçado II
Tempo que voa - a toa
vida que tece - breve
teia que trama - aranha
pernas pra que te quero
vento que sopra - canta
sonho que leva - enleva
nó que se faz - garganta
grito pra que te quero
hoje que urge - ontem
norte que aponta - apronta
olho que alcança - lança
sorte pra que te quero!
Monica San
vida que tece - breve
teia que trama - aranha
pernas pra que te quero
vento que sopra - canta
sonho que leva - enleva
nó que se faz - garganta
grito pra que te quero
hoje que urge - ontem
norte que aponta - apronta
olho que alcança - lança
sorte pra que te quero!
Monica San
04 junho, 2011
03 junho, 2011
Desse amor
Se teu amor do meu é cativo
e tua alma em mim fez morada
amo-te assim, sem compromisso
sempre tua, sempre encantada.
Monica San
"Allegro ma non troppo"
Sorrindo a vida é leve
levando a vida sorrio
e num descuido breve
num canto alegre sou rio
rio que vai levando
vento que vai ventando
vida que vai passando
alegro em desvario!
A vida é um breve canto
em notas e desacordes
as águas vão entoando
canções nas cordas do vento
e a vida que vai passando
ora é dor, ora contento!
Monica San
levando a vida sorrio
e num descuido breve
num canto alegre sou rio
rio que vai levando
vento que vai ventando
vida que vai passando
alegro em desvario!
A vida é um breve canto
em notas e desacordes
as águas vão entoando
canções nas cordas do vento
e a vida que vai passando
ora é dor, ora contento!
Monica San
26 maio, 2011
"La vie en rose"
Algumas vezes é preciso despir-se de todo ranço, desfazer-se dos cantos e frestas de estimação que acumularam contas atrasadas, promessas amarrotadas, pedaços de sonhos esquecidos, para sentir-se apenas viva.
Então ela dança.
Na velha vitrola, companheira dos momentos a sós, Piaf ainda lhe segreda sobre os amores, as desilusões, o sucesso, a dor.
São cúmplices na melancolia que percorre os cômodos agora vazios e imensos, maiores, muito maiores do que a solidão, antes tão temida agora tão íntima e leve. Como leves são os movimentos dos pés descalços que rodopiam pelo salão, deslizam, saltitam, e acompanham incansáveis o vai e vem das mãos delicadas e firmes (ainda), apesar dos pesares.
Nada de escritos hoje, nada das letras rígidas, dos pensamentos medidos, dos desabafos contidos (nunca se diz realmente o que se deseja dizer). Ah, o hiato, há sempre um hiato a incomodar a razão castigada pelo tempo. Razão que aprisiona quando o desejo é libertar.
Mas hoje não. Hoje não há melancolia nas palavras (não nas palavras), nem tristeza, nem razão.
Só a música e a solidão, rodopiando pelos cômodos vazios e imensos. E toda a cumplicidade de quem se sabe, de quem realmente se sabe viva.
Amanhã é outro dia e... quem sabe amanhã... a vida amanheça rosa.
Monica San
Então ela dança.
Na velha vitrola, companheira dos momentos a sós, Piaf ainda lhe segreda sobre os amores, as desilusões, o sucesso, a dor.
São cúmplices na melancolia que percorre os cômodos agora vazios e imensos, maiores, muito maiores do que a solidão, antes tão temida agora tão íntima e leve. Como leves são os movimentos dos pés descalços que rodopiam pelo salão, deslizam, saltitam, e acompanham incansáveis o vai e vem das mãos delicadas e firmes (ainda), apesar dos pesares.
Nada de escritos hoje, nada das letras rígidas, dos pensamentos medidos, dos desabafos contidos (nunca se diz realmente o que se deseja dizer). Ah, o hiato, há sempre um hiato a incomodar a razão castigada pelo tempo. Razão que aprisiona quando o desejo é libertar.
Mas hoje não. Hoje não há melancolia nas palavras (não nas palavras), nem tristeza, nem razão.
Só a música e a solidão, rodopiando pelos cômodos vazios e imensos. E toda a cumplicidade de quem se sabe, de quem realmente se sabe viva.
Amanhã é outro dia e... quem sabe amanhã... a vida amanheça rosa.
Monica San
25 maio, 2011
22 maio, 2011
Desaforozinho
Um dia ainda beijo um sapo
(só de birra)
não que eu acredite em príncipe encantado
mas posso (não posso?)
me apaixonar por um batráquio.
(só de birra)
não que eu acredite em príncipe encantado
mas posso (não posso?)
me apaixonar por um batráquio.
Monica San
18 maio, 2011
Conclusiva II
Ainda me pergunto onde moram
a sutileza dos olhares que se entrecortam
e a delicadeza das mãos que tateiam arrepios...
nem todo romantismo é careta
nem todo erotismo é vazio.
Monica San
a sutileza dos olhares que se entrecortam
e a delicadeza das mãos que tateiam arrepios...
nem todo romantismo é careta
nem todo erotismo é vazio.
Monica San
Composição
E se eu te pedir
que me esqueça
dentro de um abraço?
E nesse teu abstrato
que eu seja parte
que eu seja arte
que eu seja traço.
Monica San
09 maio, 2011
Peleja
...e a vida que de imensa
num sopro se faz mistério
é assim feito o infinito
que aos olhos perde a noção
de tanto que é indizível
e não se mede na mão
é palmo a palmo um segredo
de tão imenso faz medo
confunde até a razão
...e a vida que é tão bonita
essa mesma as vezes sofrida
escorre por entre vãos
é tempo que não se para
relógio que não desanda
batida que ora dispara
e não se colhe nas mãos
...e a gente que não entende
vasculha a compreensão
no oco do fim do mundo
teorizando de um tudo
tentando explicar contudo
os mistérios da criação
Quem sou eu, quem é você?
De que barro fomos feitos?
quanto pode isso valer
se de tão imperfeitos que somos
as vezes nem nos fiamos
em nosso próprio querer?
pobre homem tão confuso
tão perdido e obtuso
nem sempre sabe o que busca
mas mata, humilha e ofusca
em nome de um tal saber.
Monica San
num sopro se faz mistério
é assim feito o infinito
que aos olhos perde a noção
de tanto que é indizível
e não se mede na mão
é palmo a palmo um segredo
de tão imenso faz medo
confunde até a razão
...e a vida que é tão bonita
essa mesma as vezes sofrida
escorre por entre vãos
é tempo que não se para
relógio que não desanda
batida que ora dispara
e não se colhe nas mãos
...e a gente que não entende
vasculha a compreensão
no oco do fim do mundo
teorizando de um tudo
tentando explicar contudo
os mistérios da criação
Quem sou eu, quem é você?
De que barro fomos feitos?
quanto pode isso valer
se de tão imperfeitos que somos
as vezes nem nos fiamos
em nosso próprio querer?
pobre homem tão confuso
tão perdido e obtuso
nem sempre sabe o que busca
mas mata, humilha e ofusca
em nome de um tal saber.
Monica San
08 maio, 2011
Levada
Te conto um conto
você me dá um sorriso
e a vida levada
solta vai nesse riso
rio que leva o siso
e leve lava o que for
preciso ou impreciso.
Monica San
você me dá um sorriso
e a vida levada
solta vai nesse riso
rio que leva o siso
e leve lava o que for
preciso ou impreciso.
Monica San
01 maio, 2011
Prognóstico
Tenho vivido dias que entalam na garganta, absolutamente intragáveis. "Dias antibióticos para males insistentes".
Meu organismo resiste ao tempo, não aceita tratamento e ainda responde:
- Quer a pureza curativa, quer o amor que liberte sem efeitos colaterais, quer amar irremediavelmente até que a vida defina seu curso.
A febre é galopante e os delirios beiram a loucura.
Monica San
Meu organismo resiste ao tempo, não aceita tratamento e ainda responde:
- Quer a pureza curativa, quer o amor que liberte sem efeitos colaterais, quer amar irremediavelmente até que a vida defina seu curso.
A febre é galopante e os delirios beiram a loucura.
Monica San
Por toda vida
Procuro um amor que se esconde
onde a palavra é doce,
os olhos são ternos
e onde as mãos plantam liberdade.
Monica San
onde a palavra é doce,
os olhos são ternos
e onde as mãos plantam liberdade.
Monica San
30 abril, 2011
Desdito
Já não sinto
o pulso diz/para
eu paro
não, minto
deixo o curso
ir seguindo
estou indo
impulso
sem pulso
avulso
cravo a dor
e invento
meu intento
não ser nada
mais que isso
sem contento
ou
compromisso
a pulso
seguir sem ter
ido
sentir sem ter
tido.
o pulso diz/para
eu paro
não, minto
deixo o curso
ir seguindo
estou indo
impulso
sem pulso
avulso
cravo a dor
e invento
meu intento
não ser nada
mais que isso
sem contento
ou
compromisso
a pulso
seguir sem ter
ido
sentir sem ter
tido.
25 abril, 2011
24 abril, 2011
Desconversa
Pesares
A vida pesa?
Ser nada mais é
do que se deixar
ao tempo
tão leve quanto
a areia que escorre
ou se deixa levar
ao mar
ser ou deixar de ser
é tão leve quanto dizer
saber-se é grave
é ter o peso das coisas
e delas não mais apartar
saber-se é estar
e deixar de ser leve
deixar-se
pesar.
Monica San
Ser nada mais é
do que se deixar
ao tempo
tão leve quanto
a areia que escorre
ou se deixa levar
ao mar
ser ou deixar de ser
é tão leve quanto dizer
saber-se é grave
é ter o peso das coisas
e delas não mais apartar
saber-se é estar
e deixar de ser leve
deixar-se
pesar.
Monica San
Divagações de uma insone: dormir pra que?
Vou dormir...
que dormir se faz preciso,
mas é caso impreciso
de quem falta o que fazer.
Dormir pra que?
Se a passagem está marcada
e o descanso garantido
para quando não se sabe,
mas com tempo "a lá vonté"?
Monica San
que dormir se faz preciso,
mas é caso impreciso
de quem falta o que fazer.
Dormir pra que?
Se a passagem está marcada
e o descanso garantido
para quando não se sabe,
mas com tempo "a lá vonté"?
Monica San
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