07 fevereiro, 2009

Anjo da morte

Num esquife aveludado
macio e de carmim encarnado
ela se vê...

À sua volta
flores brancas perfumadas
o vestido de renda bordado
ás mãos o terço
de contas douradas.

Morta! Constata o fato.

Não sabe da hora ou do ato
do instante desolado
em que da vida despiu-se

Veste agora uma mortalha
é leito de pranto e dor
mas não sente...
tão leve, feito uma flor.

Tem ao seu lado um anjo
olhos da cor do mar
doce e terno acalento.

Morrer não é tão mau afinal
Sorri ao seu doce contento!

Os seios sente vibrar
os olhos lhe tocam
seu corpo responde
seu anjo arfante
deseja lhe amar.

O esquife torna-se leito
o anjo lhe cobre em beijos
e ali mesmo se amam!

Doce desvario aquele...
interrompido pelo tempo
tempo de despertar!

Do sonho. Doce sonho
que a morte lhe fez desejar!

Monica San

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