07 fevereiro, 2009

Indelével

Ainda sinto o peso das tuas metáforas
a rasgar-me o ventre...
As palavras ecoam...têm cheiro...
copulam comigo nas madrugadas
Prenhez de poesias e poemas
plantados no fundo do meu útero
pela tua boca maldita
e teu poetar profano e insano.

Tenho um pântano lamacento
repleto de poemas fervorosos
e proibidos...
que ainda esperam ansiosos
por tuas mãos ousadas
pela tua libido...
a arrancá-los e deflorá-los
manipulando com teus dedos musicais
e tirando deles melodias infernais.

Tenho nas profundezas do meu âmago
um ardor incontrolável e palpável
de ser novamente penetrada
por tua língua lasciva
tua mente permissiva e ousada
tua lava incandescente e impura
que em palavras de pouca lisura
fizeram de um vulcão já abrasivo
a fonte mais pulsante e viva
de poesia, calor e delírio.

Ainda tenho, cravado em mim feito punhal
o falo da tua fala...íntimo segredo
guardado em profundidade
sem culpas nem medo
num desvario intenso e abissal.
Ainda lhe tenho...contenho...dentro...
no meu intento mais amoral.

E, como não bastasse tê-lo, marca indelével
em mim tatuado...
ainda lhe tenho decor e salteado...
em versos cravados e gozo verbalizado!

Monica San

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