Preciso de uma morte pra curar o tédio.
Buscar nessa amplitude, o fim da imensidão...
Que um gole de veneno seja o meu remédio
na taça que transborde enfim a solidão!
Da falta de sentido, me livre a ingratidão
dos vermes que me cospem nesse sacrilégio!
Das culpas que me castram na expiação,
que seja minha morte então seu privilégio!
Que seja ela o coro pra sua canção!
E vertam dessa taça todos os meus medos!
E a morte seja um mote noutra oração...
Da prece angustiada feita em aflição,
Sussurros entre os prantos, risos e segredos
Daquele que apunhala o próprio coração!
[Monica San e Lucas de Oliveira Gullar]
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