07 fevereiro, 2009

Deliberada(mente)

Deliberadamente escoei...
abri as comportas
deixei vazar o senso
esgotei as angústias
sequei o pranto
e também um tanto
de sorrisos frouxos
Aliviei o peso das idéias
dos pensamentos soltos
das compensações
e sublimações
e também das alucinações

Deliberei:

Nada de amarras hoje!
Nem filosofia tosca
nem poemas a fórceps
muito menos teoremas
nem Mandrágoras nem
Pitágoras...nem alfazemas
nada com nexo ou complexo

Hoje eu só quero o gozo!

De uma cópula irracional
de um coito sem juízo
de um encontro acidental
só quero o ato inconsciente
de uma paixão inconsistente
a perda total da razão
Que o universo inteiro conspire
que meu gozo seja sublime
quando enfim suceder
o ato final:

Livre de todo pensamento
e de todo entendimento
extasiar-me de um sopro
sentindo tomar-me o corpo
um amor universal!

E que eu goze...a mais pura seiva
de vida...e de amor
transcendental.

Monica San

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