07 fevereiro, 2009

Oriente

Oriente-se rapaz
o Oriente é longe demais!

Tão longe quanto o estampido
da fé que tapa o ouvido
e alveja, lateja e sangra
teu peito tão jovem rapaz!

Teu sangue não toca o que vejo
Teu grito não fere o que toco
Teu nome não mancha o meu chão
Meu sangue não suja tua mão

Oriente-se, oriente-se...

Tua idade não conta disparos
Teu corpo não espera preparo
Se da fé, da ganância ou do ódio
vem a tinta que escreve esse exórdio

Oriente-se rapaz
o Oriente é longe demais!

Tão longe quanto o estampido
da fé que tapa o ouvido
e alveja, lateja e sangra
teu peito tão jovem rapaz!

Teu sangue não lança sementes
Teu grito sem eco não vinga
Teu nome não faz essa história
Meu sangue não compra tua glória

Oriente-se, oriente-se...

Seja lá onde a guerra dizima
ou aqui onde a guerra é velada
esse eco de dor sempre alcança
os confins de um fio de esperança.

Oriente-se rapaz! O Oriente é longe...
A Paz é mais!

Monica San

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